quinta-feira, 10 de maio de 2007

Taveiro sem missas



O diferendo entre a população de Taveiro (concelho de Coimbra) e o pároco marcou a actualidade da imprensa no início desta semana. Estranho foi na véspera deste episódio (até porque já houve outros), decorreu pela vila um comunicado anónimo a pedir a comparência dos populares no adro da igreja, logo pela manhã de domingo, antes da celebração da Eucaristia. Valeu a intervenção da GNR que acalmou os ânimos mais exaltados… O pároco foi impedido pela população de celebrar a Eucaristia e consequentemente expulso sob "uma chuva de apupos". O credo que professamos, deve ser antes de mais posto em prática. Eu sempre acreditei mais nas atitudes do que nas palavras. Aceito que o padre daquela localidade tenha o seu feitiozinho e um temperamento difícil, mas perderam toda a razão ao terem tomado aquelas atitudes que serão prejudiciais para a vida daquela paróquia. Pena que haja cobardes ao ponto de não darem a cara e não assinarem um comunicado que incitou à violência! Até porque segundo aquilo que me constou por um paroquiano de Taveiro, grande parte dos manifestantes não têm uma prática religiosa regular, para não dizer nenhuma. O padre José de Matos, quer se goste ou não, não cometeu nenhum crime, apenas não ia nas cantigas populares ou ditas tradicionais, patrocinadas como tão bem sabemos, por uma junta de freguesia. Neste caso, em nada enobrece a classe política! Apelamos ao bom senso do povo de Taveiro…

Sarkozy: uma vitória pré-anunciada (2)


Também era previsível a vitória em França de Nicolas Sarkozy sobre Ségolène Royal. Sarkozy promete uma verdadeira revolução, em que os franceses vão ser chamados a participar (e de que maneira). Um crescimento económico acima dos 2% ao ano, a diminuição da dívida pública para 60% e a redução de um desemprego que atinge cerca de 22% da população jovem não poderão ser tarefas fáceis para um Presidente.
Para que isso aconteça, Sarkozy propõe-se a combater a semana de 35 horas de trabalho, baixar os impostos e controlar a despesa pública, diminuindo o peso do Estado e impulsionando a modernização da administração pública. Esta tarefa deverá começar já em Junho, de forma a poder contribuir para a vitória da direita e do centro-direita nas legislativas previstas para Julho.
O Presidente em França pretende assumir um papel de motor das reformas de que, segundo ele, o país precisa, deixando de se resguardar, como era habitual, por trás do primeiro-ministro e de um Governo que cumpriam as suas instruções.
É claro que, com a vitória da direita, representada por Sarkozy estas mudanças vão ter algumas repercussões num futuro próximo: para os franceses corresponderá a um aumento substancial de impostos. Com a eleição de Sarkozy, a União Europeia (EU) ficou a saber que o Tratado Constitucional morreu e que, em vez disso, passará a ter uma versão reduzida da proposta inicial, deixando cair os referendos previstos em alguns países. Incluindo Portugal
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Alberto João: uma vitória pré-anunciada



Alberto João Jardim conseguiu no passado domingo, a sua maior vitória de sempre (64,2% contra apenas 53,7% em 2004) e reforçar a maioria.
Ao convocar estas quase inúteis eleições, o líder madeirense sabia que estava a condenar a oposição, sobretudo o PS, a um desafio impossível. Estava mais do que visto. A vitória já era há muito esperada. Não era fácil disputar as eleições quando aquilo que o Jardim colocou em agenda foi a contestação à Lei das Finanças Regionais. Não foi por isso de estranhar a ausência dos dirigentes nacionais do PS, incluindo o Sócrates na campanha, o que talvez tenha funcionando como "mea culpa".
Foi perfeitamente natural a vitória expressa de Jardim. O Alberto nasceu para isto. É surpreendente a perspicaz política. Sendo poder faz sempre campanha pela oposição.
A obra dele está à vista de todos. Basta visitar a Madeira e compreenderão porquê.