quinta-feira, 3 de maio de 2007

Coimbra vai perder escolas e Hospital Militar



O Ministério da Educação "chumbou" a "Carta Educativa" apresentada pela Câmara de Coimbra, prevendo-se que, em 2009, sejam encerradas cerca de 20 escolas com menos de 20 alunos. Outra perda para Coimbra é a do Hospital Militar. Dos actuais seis estabelecimentos hospitalares das Forças Armadas, apenas vão continuar os de Lisboa e do Porto.

Caixa Geral de Depósitos: Os Vampiros do Século XXI

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a enviar aos seus clientes mais modestos uma circular que deveria fazer corar de vergonha os administradores - principescamente pagos - daquela instituição bancária.A carta da CGD começa, como mandam as boas regras de marketing, por reafirmar o empenho do Banco em oferecer aos seus clientes as melhores condições de preço/qualidade em toda a gama de prestação de serviços, incluindo no que respeita a despesas de manutenção nas contas à ordem.As palavras de circunstância não chegam sequer a suscitar qualquer tipo de ilusões, dado que após novo parágrafo sobre racionalização e eficiência da gestão de contas, o estimado/a cliente é confrontado com a informação de que, para continuar a usufruir da isenção da comissão de despesas de manutenção, terá de ter em cada trimestre um saldo médio superior a EUR1000, ter crédito de vencimento ou ter aplicações financeiras associadas à respectiva conta. Ora sucede que muitas contas da CGD, designadamente de pensionistas e reformados, são abertas por imposição legal. É o caso de um reformado por invalidez e quase septuagenário, que sobrevive com uma pensão de EUR243,45 – que para ter direito ao piedoso subsídio diário de EUR 7,57 (sete euros e cinquenta e sete cêntimos!) foi forçado a abrir conta na CGD por determinação expressa da Segurança Social para receber a reforma.Como se compreende, casos como este - e muitos são os portugueses que vivem abaixo ou no limiar da pobreza – não podem, de todo, preencher os requisitos impostos pela CGD e tão pouco dar-se ao luxo de pagar despesas de manutenção de uma conta que foram constrangidos a abrir para acolher a sua miséria. O mais escandaloso é que seja justamente uma instituição bancária que ano após ano apresenta lucros fabulosos e que aposenta os seus administradores, mesmo quando efémeros, com «obscenas» pensões (para citar Bagão Félix), a vir exigir a quem mal consegue sobreviver que contribua para engordar os seus lautos proventos. É sem dúvida uma situação ridícula e vergonhosa, como lhe chama o nosso leitor, mas as palavras sabem a pouco quando se trata de denunciar tamanha indignidade. Esta é a face brutal do capitalismo selvagem que nos servem sob a capa da democracia, em que até a esmola paga taxa. Sem respeito pela dignidade humana e sem qualquer resquício de decência, com o único objectivo de acumular mais e mais lucros, eis os administradores de sucesso.

COIMAS PESADAS PARA FUMADORES

As multas previstas para os fumadores apanhados com um cigarro aceso num local proibido são o dobro daquelas que estão previstas para os consumidores de drogas ilícitas.
Se fumar pode custar entre 50 e mil euros, consumir droga dá direito a coimas de 25 a 403 euros, que podem ser substituídas pelo tratamento voluntário.
O alerta foi dado pelo deputado do CDS, Hélder Amaral, durante o debate sobre a nova lei do tabaco, ocorrido a 2 de Maio, no Parlamento. “Afinal qual é a conduta mais grave? Se um indivíduo consumir heroína ou cocaína num bar, tem uma de duas alternativas: ou se trata ou paga uma multa, mas se fumar um cigarro tem obrigatoriamente que pagar uma coima no dobro do valor”, criticou o deputado centrista.
A proposta do Governo, que visa proibir o fumo nos locais públicos, mereceu apenas a condenação do Bloco de Esquerda – que vai abster-se. Os restantes partidos assumem o voto favorável, apesar de tecerem críticas nalguns dos pontos, que esperam ver alterados no debate da especialidade.
Para os deputados, a lei privilegia a vertente punitiva dos fumadores, em vez de dar maior relevo à prevenção e tratamento daqueles que fumam. PSD, CDS, PCP e Bloco de Esquerda lembraram que o tabaco não é uma substância ilícita e não deve ser tratada como tal.

Piscina Municipal de Coimbra


A conta por favor...


Vai um cigarrinho?


A partir de agora vamos passar a fumar às escondidas. Fumar passa a ser ilegal em Portugal.

As doenças com origem no consumo do tabaco estão cientificamente provadas. Os gastos que o Estado tem com a saúde, em consequência do fumo, activo e passivo, são também conhecidos. Segundo a Associação Portuguesa de Tabacologia, este vício mata 12 mil portugueses por ano.
O projecto do Governo que foi discutido ontem na Assembleia da República visa proteger os não fumadores, embora peca por tardio. Acho bem, que não se fume em repartições públicas, escolas, hospitais e restaurantes. De facto, é desagradável almoçar ou jantar num ambiente de fumo. Apesar de ser fumador, também não tolero partilhar o meu cozido à portuguesa com o cigarro do meu vizinho. Se for um charuto ainda pior. Trata-se da saúde pública em primeiro lugar, mas também de uma regra de educação e de comportamento em sociedade. Aprender a respeitar o outro é a primeira regra básica para se poder viver em harmonia e em democracia. Quanto a isso dou a minha mão à palmatória.
Agora, o que não acho bem é a perseguição que se faz aos fumadores como se fossem criminosos. As medidas são na minha modesta opinião muito proibitivas. Costuma-se dizer que o fruto proibido é sempre o mais apetecível.
Ora, eu acho que não devemos cair em exagerismos. Esta proposta de lei é tudo menos democrática. Penalizar um fumador com uma coima que pode variar de 500 a mil euros é exagerado. Se o vício é uma doença, devemos tratar dela e não penalizar ainda mais o doente, neste caso o fumador. Não vejo o Governo preocupado em campanhas de sensibilização contra o tabaco. Pelo menos, nunca me chegou nenhuma informação à redacção deste jornal. Sim, eu sei, é mais fácil penalizar do que prevenir. Isso não traz custos, antes pelo contrário…
A poluição provocada pelos escapes dos automóveis não será mais prejudicial a saúde? Uma Co-incineradora que este Governo quer instalar à força em Souselas não será ainda mais prejudicial?
Concordo que se deixe de fumar em recintos públicos. Incomoda-me é a “pide” que se pretende criar para autuar os fumadores, e os “bufos” para denuncia-los. E um toxicodependente que se injecta em plena rua, também, ele será autuado? Que medidas, este Governo pretende impor para acabar com o tráfico e venda de drogas nas ruas?

Não... ainda não me conveceram

Miguel Cotrim