quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Tratado de Lisboa não será referendado



“Referendar o Tratado de Lisboa seria correr um elevado risco, pois basta o “não” de um país para invalidar um documento que tanto representa para a União Europeia (UE)”. Esta afirmação é do Presidente da República, Cavaco Silva, proferida ontem perante o corpo diplomático.

De facto, referendar o Tratado de Lisboa, seria desperdiçar tempo e energia, para além de dinheiro do erário público. É altura de avançar para uma Europa Constitucional, Democrata, Solidária.
Claro, que a oposição, não se esquece das promessas eleitorais feitas por Sócrates. Só que a realidade na altura era bem diferente. Havia uma certa instabilidade política nalguns países europeus, nomeadamente em países chaves como na França, na Holanda, na Itália, etc. Daí o “não” que surgiu ao referendo do último tratado. Não podíamos agora voltar a cair no mesmo erro.
Referendar um assunto tão delicado a uma população pouco esclarecida e até mesmo desinteressada seria um caminho perigoso. Por outro lado, poderia servir de “arma”, como forma de descontentamento perante algumas políticas pouco populares deste Governo.
Entre os compromissos nacionais e os europeus, José Sócrates optou e bem, por não referendar o Tratado de Lisboa. Acredito que esta decisão lhe tenha custado. Falhou uma promessa eleitoral que lhe pode custar a sua carreira de político, mas ajudou, e muito, de mãos dadas com o Presidente da República, à coesão da União Europeia.
Para se construir o futuro, não se pode olhar constantemente ao passado, não quero dizer com isto, esquece-lo, antes pelo contrário, mas sim, seguir em frente…

Parece-me agora, que, tudo está nas mãos de Gordon Brown. Numa Grã-Bretanha tradicionalmente desconfiada do “Continente”, Brown tem de construir com os liberais-democratas uma maioria parlamentar, que, a custo, abra as portas ao novo Tratado, arrostando com um enorme desgaste político por parte dos conservadores, que clamam um referendo para, chumbando o Tratado de Lisboa, arredarem o New Labour do poder. A ver vamos…

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