terça-feira, 6 de novembro de 2007

Santo António dos Olivais: Proibido morrer até ao dia 10 de Novembro


Na freguesia de Santo António é proibido morrer até ao próximo dia 10 de Novembro. O motivo é o mesmo de sempre: falta de espaço…
A sobrelotação no cemitério levou, uma vez mais, a Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais a canelar a realização de funerais até ao próximo dia 10 de Novembro. È pela terceira vez que acontece este ano, com naturais incómodos para os habitantes da freguesia e algum desconforto para os autarcas locais, cansados de reclamar uma solução junto das autoridades competentes.
O presidente da Junta de Freguesia, Francisco Andrade, justifica esta paragem com os seis funerais realizados na última semana, que levaram a que se atingisse a ocupação máxima. A par disso, não foi feita qualquer exumação nos últimos tempos, o que impediu a reocupação de sepulturas.
"No próximo dia 9 (amanhã), fazemos o levantamento de um corpo, o que em princípio dará para recomeçar os funerais", admite.
O autarca critica também a incompreensão revelada por algumas pessoas, que não permitiram a antecipação da exumação dos corpos de familiares, ainda que por apenas alguns dias. "A lei obriga a que os corpos estejam três anos na terra, mas ficam cinco anos, porque sempre foi assim. Mesmo assim, as famílias só querem a exumação depois de completado esse período", lamenta.
A sobrelotação levanta outro problema. «Nalguns locais, a terra encontra-se saturada e há corpos que só podem ser levantados ao fim de 10 anos», adianta.
Desde que assumiu o cargo de presidente de Junta, há seis anos, Francisco Andrade já mandou construir mais dezena e meia de sepulturas e cerca de 300 ossários – dos quais já só sobram uma dúzia. Mas isso apenas veio adiar um problema que, segundo adianta, tem mais de 100 anos. "Tenho um comunicado, datado de 27 de Junho de 1889, no qual é reclamada a construção de um outro cemitério na freguesia", afirma.
A ampliação do actual cemitério é a solução preconizada pela Câmara para ultrapassar esta situação, mas o autarca social-democrata mostra-se cauteloso. "Estou farto que se diga que se vai fazer, quero é que se faça. Nesta matéria, tenho que ter tolerância zero", enfatiza.

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